segunda-feira, maio 26

Eu arrogo, tu arrogas

Os arrogantes são mais coisa menos coisa, os inteligentes pouco estóicos.

Suponhamos, para uma dada matéria, uma pessoa não necessariamente brilhante mas inteligente e relativamente conhecedora. Suponhamos que essa pessoa é relativamente desconhecida de uma série de gente com a qual vai interagir. Será, inevitavelmente, como todos nós, vítima dos preconceitos que os restantes possam ter sobre pessoas em iguais circunstâncias. O arrogante normalmente tem muito pouca paciência para esperar que os outros se apercebam por si da sua não-mediania. O inteligente estóico, por muita vontade que tenha de desarmar em três golpadas os que das suas capacidades desdenham, exercendo vassalagem à razão e à ética, reprime a sua vaidade, adia a recompensa e leva a vantagem da não-confrontação. Apenas para mais tarde a destilar em ridículas lucubrações como esta que apenas demoram mais a mostrar exacta mesma arrogância.

A intenção é que conta, não é?

A bela e o senão

Estou numa suite de Hotel maior que a minha casa.

Sozinho.

terça-feira, maio 13

A Barbárie e a Indiferença

Eu sei que é sempre perigoso contar um sonho, mas não resisto a contar que sonhei com uma espécie de ritual de linchamento, onde uma multidão cega de raiva clamava pela morte e (sobretudo) tortura duns pobres coitados que desciam amarrados à espécie de carros alegóricos do cortejo bárbaro. Não que os visados tivessem feito algo de muito mau, seriam apenas diferentes, de outra etnia ou algo assim.

Tudo isto passava-se num cenário meu conhecido, onde havia pessoas conhecidas que assistiam à barbárie mais ou menos impávidas, umas tristes mas resignadas e ninguém (nem a autoridade) fazia nada.

Apenas publico aqui esta pseudo-reflexão inconsciente porque acho que tem que ver com a nossa esfera pública. A sensação que tenho (e que acho que motivou este meu sonho) é que isto está tudo entregue à bicharada e ninguém se importa. Eu importo-me, pelos vistos.

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