No frente-a-frente com o Eduardo Barroso e o Miguel Relvas, no Mário Crespo, um deles dizia que se tinha perdido por completo o respeito e que havia faltas de educação quer dos professores para com a ministra quer da ministra para com os professores.
Discordo. Até hoje só vi faltas de educação (e da grossa) dos professores para com a ministra, desde canções que começam em "Marilu...." e acabam já se sabe aonde, aos sórdidos PPTs que vamos recebendo por mail em que mais não se consegue fazer senão ridículas rábulas desintéricas, cruzando lugares comuns da brejeirice com a vida privada da ministra.
Por muitos erros de implementação que a reforma possa ter, a verdade é que ela tem por detrás uma ideia que poucos sabem criticar verdadeiramente. Tal não impediu porém, que a larguíssima maioria dos professores se colocasse automaticamente contra. Contra, sempre contra. A estratégia é conhecida: não concordar nem discordar muito ao início, ficar de braços cruzados à espera: se algo corre mal critica-se tudo; se algo corre bem, vitimiza-se, aqui d'El Rei que nos estão a atacar, a humilhar, a rebaixar, a maltratar, ai coitadinhos de nós, que má que é a ministra. São raríssimos os casos em que se tomaram proactivamente medidas efectivas que visassem uma colaboração genuína.
Pura e simplesmente não houve, no grosso da classe, reconhecimento do trabalho que é preciso ser feito e um mínimo — um mínimo que fosse — de boa-vontade. E quando não há boa-vontade, pouco mais há a fazer. Aí a culpa vai inteirinha para os professores.
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