O CDS e o PP
Desde o dia em que Paulo Portas saiu de (boca de) cena, ou melhor, desde que Ribeiro e Castro arrebatou a liderança do partido a Telmo Correia com um pujante discurso, que temos assistido no PP a um chorrilho de birras e contra-birras que só entristecem o espectador e ridicularizam os protagonistas.
Eu até posso entender o descontentamento que a tropelha Portiana tem em relação ao estilo de liderança de Ribeiro e Castro. É fácil de entender, até. O populismo intelectualmente desonesto de uns não rima com a democracia cristã serena e ponderada de outros. A doentia exaltação de preconceitos não joga com a afirmação segura de princípios, sejam eles quais forem. O CDS/PP não é o meu partido, mas se me for dado a escolher uma das facções, não pestanejo.
Até aqui tudo não passaria, como disse, salvo erro Pulido Valente, de facções que acusam facções de serem facções. A gota que faz transbordar o copo são as permanentes ferroadas de meia-noite que o PP insiste em dar ao CDS em praça pública. O recente episódio com Nuno Melo, para não falar nas dezenas que lhe precederam, é bem ilustrativo do nível de educação que existe por aquelas paragens. A educação, para aqueles que a julgam ter e não sabem, também existe para estas coisas. Chamem-lhe espírito democrático, ou o que quiserem.
Paulo Portas, com o seu projecto de dominação e metamorfose do CDS guilhotinado a meio pela pitoresca aventura com o sr. Lopes, arrisca-se agora a ver o seu grupo de fiéis a levar o partido às lonas, o que provavelmente apenas servirá para que possa então re-emergir como seu salvador, fingindo nada ter que ver com a deriva e eventual declínio do partido na sua ausência, enganando a maralha novamente. Esperemos que não.
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