Entreviste lá, Excelência
Ontem vi uma repetição de mais um «Diga Lá, Excelência». José Manuel Fernandes e Raquel Abecasis (e não Graça Franco como escrito anteriormente) entrevistavam Alberto Costa. Não vou falar do conteúdo nem de Costa, vou falar da forma.
Estas entrevistas andam sofríveis. Sem ritmo, sem graça, sem brilho. Os entrevistadores atropelam-se, não sabem o que hão-de perguntar ou quando perguntar, perguntam coisas já respondidas, não deixam o entrevistado falar... enfim, uma nódoa. É aliás o entrevistado que normalmente salva o programa, com um ou outro rasgo ao sucumbir ora à enervante presunção de ter sempre a pergunta fatal de RA, ora ao lento elaborar de complexas estruturas interrogativas (cuja espremedura resultaria numa pergunta simples) que se prolongam adentro da resposta em metástases indebeláveis, de JMF, minando de ruído o propósito do programa, que será -- imagina-se -- ouvir as excelências.
JMF não é mau. Eu sei que não, mas -- talvez por cansaço, tem cara disso -- a sua participação no programa é confrangedora. Demora vinte segundos a perguntar algo que a partir dos cinco, toda a gente percebeu o que é. Insiste na mesma pergunta quando podia explorar novo lado da questão depois da resposta do entrevistado, tem falhas de discurso, lapsos de memória... Fariam-lhe bem duas horinhas de descanso antes do programa. Ou então passar "a pasta" de novo à Joana Ferreira da Costa, que tão bem conta do recado deu anteriormente. Quanto à RA, julgo que o melhor mesmo era substituí-la. Há ali uma sede de protagonismo, um afunilamento da realidade a uma simples apreciação de carácter estético-novelesco, um desejo implícito de confrontação moral (lembra Ana Gomes), uma plena aculturação ao imediatismo da selva mediática, que não se resolvem com uma sesta.
2 Comentários:
Não era a Graça Franco...
Obrigado. Já consegui descobrir quem era: Raquel Abecasis.
Corrigido.
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