segunda-feira, fevereiro 26

Inquietações da Portugalidade

Há uma coisa que me incomoda em nós Portugueses. Não digo que sejamos os únicos, mas incomoda-me. Das muitas vezes que observo o público a sair da sala de espectáculos (faço um part-time no Cine-Teatro Tivoli), a seguir a uma peça de comédia ou drama, que comove, que faz rir, chorar ou de alguma forma visitar campos da experiência humana aos quais não acedemos no dia-a-dia, vê-se na cara das pessoas a alegria que o artista lhes transmite, enquanto olham para o palco. Vê-se e dá gosto ver, para quem, como eu, gosta de observar.

Mas basta a peça terminar, o pano fechar-se, e as pessoas virarem costas ao palco, que lá se vai qualquer esboço de sorriso, qualquer semi-aura de bons sentimentos, e volta tudo à habitual carrança que tanto nos verga o porte e que em nós próprios criticamos. Esta vergonha de existir, mesquinho-invejosa, de um povo que não se liberta da poeira acumulada com medo de ser... simplesmente feliz, é que me faz confusão. Depois disto também eu fico triste.

Ao menos os brasileiros que cá estão não têm vergonha de ser alegres. Bem-vindos sejam.

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3 Comentários:

Blogger AlémTejo100Lei disse...

Não posso deixar de discordar contigo no ultimo parágrafo. Hoje em dia, em especial na terra onde vives, não consegues passar 1 dia sem ouvir, "oi" "pô favô" "nô tô intendendu" e outras frases mais. O brasileiro é alegre, mas eu era mais se ficassem na terra deles, ou pelo menos não viessem aos magotes "roubar" empregos e aumentar a criminalidade

01:39  
Blogger Vasco Figueira disse...

Que te incomodem os trejeitos da língua, tudo bem, é contigo. Mas quanto aos empregos e a criminalidade, são dois mitos que importa desmontar.

Primeiro porque o nº de empregos numa economia não é fixo, portanto emprego "dado a imigrante" não é "tirado a local". Além disso não vejo que culpa possam ter por querer trabalhar. Mil vezes ser atendido por um imigrante competente do que por um português carrancudo.

Segundo, a criminalidade dos imigrantes é residual. Claro que existe, mas não em proporções anormais. Nós tendemos é a ver apenas os que a fazem, esquecendo os outros que são muito mais. Porém, concordo que qualquer imigrante que cometa um crime deve perder o direito a permanecer no país.

16:04  
Anonymous Anónimo disse...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

17:55  

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