O Marinho Pinto é que é um Populista
O Estado fez uma central de compras. A ideia é que ali se registem todos os fornecedores de bens (e serviços?) do estado, para que este, nalguns casos obrigatoriamente, ali congregue as suas compras e (desejavelmente) consiga o melhor preço. Juntar todos no mesmo sítio e ver quem dá mais, simples não é?
Pois bem, Portugal é uma terra pouco dada a simplicidades e este simples e transparente mecanismo de facilitação da economia de mercado já foi corrompido. Explicam-me vozes avisadas que as entradas na dita central de compras estão congeladas, que os fornecedores que já lá estão têm os seus catálogos congelados, os quais só vão sendo alterados ao abrigo das permitidas "actualizações", item a item. O resultado é que se conseguiu um canal de vendas onde só algumas empresas amigas podem operar, por onde grandes compras do estado (de todos nós) são obrigadas a passar, e onde existe tudo menos flexibilidade e transparência.
Imaginemos a seguinte situação (hipotética, claro): uma organização do Estado precisa de comprar o artigo X. O artigo X, de acordo com as regras, é obrigado a passar pela central de compras. Na central de compras só a empresa A fornece o artigo X. Muitas outras estariam em condições de o fazer, mas apenas A está inscrita na central. A nem sequer é a fornecedora principal do artigo X, mas apenas revendedora. A empresa A compra o artigo X e revende-o ao estado. A fica com a singela margem de, digamos, 15%. Se X custar quarenta mil euros, A fica com seis mil euros sem mexer uma palha. Seis mil euros dá para encher muita luva.
Depois o Marinho Pinto é que é um populista, claro.
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