quinta-feira, abril 19

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

4 Comentários:

Blogger Claricinha disse...

Gosto especialmente dos três últimos versos:
"(...)Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

19:54  
Blogger Foka_bock disse...

Com tanto bom poeta tuga... ai, ai, ai... ok! Abrangência!

13:20  
Blogger Vasco Figueira disse...

Sim... Mas esta tem "fundo" musical.

20:58  
Blogger Foka_bock disse...

é verdade...

00:55  

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