terça-feira, março 20

A erosão da responsabilidade

Sou só eu que acho incrível que as pessoas que decidem morar em cima do mar protestem com o estado para que este os proteja das inclemências da natureza? Lê-se por aí que os campistas da Caparica querem uma indemnização do INAG; e este continua a deitar areia e mais areia para a zona erodida, achando com certeza que essa estratégia é sustentável... Sou só eu que me rio quando vejo despejarem milhões de metros cúbicos de areia supostamente para travar a investida das águas (como se o mar se importasse)?

Ao que chegou a desresponsabilização individual! As pessoas (aqueles energúmenos) não só já não assumem as consequências dos seus actos e das suas decisões (morar numa tenda a metros do mar), como ainda exigem (!) que alguém os venha proteger da realidade, criar-lhes uma redoma onde as leis da física não valem, que isto de existir uma coisa chamada erosão da costa vai contra os direitos adquiridos e inalienáveis! É caso para se ficar putrefacto. Alguém que lhes responda como deve ser, sff.

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4 Comentários:

Blogger AlémTejo100Lei disse...

O problema é que aqueles parques de campismo eram ilegais e para "facilitar" as coisas foram-lhes dando licenciamentos algo duvidosos e agora a malta da roulotte revolta-se. É como o pessoal das barracas que vivem em casa ilegais há mais de 20 anos, e insistem que o governo tem de lhes dar realojamento. Eles não trabalham como toda a gente? A maioria até tem carro e parabólica na barraca...

situações ridículas que muitas vezes são difíceis de evitar

12:02  
Blogger Vasco Figueira disse...

Nem tem a ver com a legalidade do licenciamento. Seja legal ou não, cada um tem que assumir para si próprio os riscos das suas decisões.

Acho muito bem que tenham direito a viver ali, não quero é que se queixem quando sofrem as consequências disso mesmo.

Que eles fiquem chateados, compreende-se. Não se pode é tolerar aquele arzinho de indignação como se alguém (ou todos nós) tivéssemos obrigação de lhes resolver o problema.

13:19  
Blogger Foka_bock disse...

Terá a ver com os dois pontos de vista, na minha opinião. Por um lado cola-se "a cuspo" o licenciamento das referidas áreas, por outro pensa-se em poupar dinheiro em soluções gritantemente momentâneas e diluíveis, neste caso... é triste, quer por um lado, quer por outro. Será que o medo de sair passados 4 anos de mandato justifica que não se deixe obra feita pó futuro? Ou será medo de que outra administração fique com os louros da obra feita? No fundo uma atitude tão portuguesa na política: "mais do que beneficiar o povo, vou é lixar os que páki vierem, ou os que daki foram".

16:54  
Blogger Vasco Figueira disse...

Dizia o presidente do INAG, até com alguma graça a propósito da não evacuação do parque:

«... quando ainda por cima, muitos deles vivem em roulottes, com rodas!»

17:52  

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