Os profissionais da vitimização
A indignação é fácil e em Portugal faz escola. Basta uma leve impressão de algo que pode (pode!) ser interpretado como que (como que!) sendo contra algum direito considerado fundamental, que todos se apressam a tomá-lo por certo e a daí retirar definitivos juízos sobre o carácter e a intenção daqueles que lhe estariam por trás. Isto quando não se extrapola para toda a pirâmide de responsabilidades acabando no governo, que, como toda a gente sabe, é quem tem a culpa.
Serve isto para introduzir que acho um disparate a onda de indignação (outra expressão cristalizada) que se espalhou a partir do "incidente" da Covilhã. Um "facto político" bem à Marcelo em que dois polícias foram a uma agência sindical pedir informações sobre a manifestação que se iria realizar, cujo pré-aviso (obrigatório) não tinha sido enviado. Será que alguém proibiu os sindicalistas de se manifestarem? Alguém ameaçou sequer proibir alguma coisa? Claro que não, mas os profissionais da indignação logo se apressaram a vitimizar-se.
Mais ridículo ainda foi no dia seguinte a GNR ter sido chamada por causa de desacatos a uma espécie de comício (ou coisa que o valha) e logo se gerar a tão fácil indignação por alegadamente estar em causa o direito à opinião ou à manifestação. Porquê? Porque a GNR estava lá. A mando do Sócrates, esse fascista.
A próxima vez que vir um Polícia vou logo começar a pensar qual será o direito fundamental que estará a ser ameaçado pela sua presença. É esta a indigência mental da esquerda radical Portuguesa. Tão indigente que ofende a memória do 25 de Abril que julga honrar.
Etiquetas: política, sindicatos
4 Comentários:
Ao que julgo, não existe qualquer obrigatoriedade de pré-aviso para exercer o direito à manifestação, que pode ser espontânea, ao contrário do que sucede com o direito à greve...
Ridículo, quanto a mim foi:
- a visita dos géninhos ao sindicato;
- as palavras socráticas (imputando todas as manifs aos comunistas);
- o arquivamento em tempo record do inquérito ao sucedido por parte do MAI.
Sim, existe obrigatoriedade de pré-aviso. Desde pelo menos 74.
A visita dos géninhos ao sindicato era justamente por não ter sido entregue o pré-aviso para saber como se iria processar a manifestação.
As palavras Socráticas estavam certas: são efectivamente os comunistas que estão por trás daquelas manifestações. É tão verdade que nem os próprios o desmentiram.
O arquivamento em tempo record deveu-se ao facto de todas as versões ouvidas pelos inspectores seerem coincidentes em como não houve qualquer hostilidade ou intimidação por parte dos "géninhos" tudo indicando que tivesse sido uma fabricação a posteriori por parte das estruturas sindicais superiores. Ao que parece até lhes foi oferecido café.
Agradeço a resposta do gabinete de comunicação governamental.
Contra acefalias mediáticas deste género vais-me ver defender qualquer governo.
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